O sorriso de Monalisa
O filme intitulado “O sorriso de Monalisa”, uma produção norte-americana, lançado nos EUA em 2003 é um drama, cujo diretor nomeia-se Mike Neweell.
A narrativa gira em torno de uma professora recém formada, com idéias à frente de seu tempo que é contratada por uma renomada e tradicional escola de Ensino Médio, a qual preparava alunos para as Universidades americanas na década de 50. A Educadora Katherine ficou surpresa com a capacidade das alunas condicionadas às limitações da “decoreba” de uma apostila extremamente limitada. Além disso, as alunas demonstravam desconhecimento do que realmente seria a disciplina de História da Arte, com a qual a educadora teria que trabalhar.
A obra em questão faz referência à famosa mulher pintada por Leonardo da Vinci, cuja expressão introspectiva e leve, enigmático e triste sorriso foi analisado e celebrado por inúmeros críticos. A obra retrata a realidade da época, em que as mulheres não possuíam identidade própria e eram preparadas para casar e servir o marido.
Não sendo uma Educadora limitada, tentou ampliar os métodos educacionais, slides e visitas a uma exposição de artes, como uma maneira de despertar o interesse das educandas pela disciplina, observando detalhes que não estavam expostos na apostila. Tendo provocado questionamentos e reflexões acerca das regras impostas, não somente em relação ao conteúdo programático, mas também por buscar informações que estavam fora da apostila, questionando os valores vigentes na sociedade da época, estimulando às alunas a conceberem a realidade de outra forma, a refletirem sobre o que realmente queriam para sua vida, tecendo assim, uma identidade própria, instigando-as a se posicionar, rompe com o tradicionalismo, à medida que faz as alunas reconhecerem a possibilidade de conciliar a carreira profissional com a vida doméstica, libertando-se da submissão.
A personagem principal Katherine cria uma nova postura do professor em relação ao aluno, então tece outra reflexão que implica descobrir caminhos no processo pedagógico. A formação não é feita por acumulação de cursos, de conhecimentos ou de técnicas, mas por meio de reflexões críticas sobre as práticas de ensino e de reconstrução da identidade pessoal.
A obra também descreve a nova necessidade para a educação no sentido da participação efetiva dos alunos no processo educativo, o que é um patamar a se galgar para a superação do modelo vigente, que, muitas vezes, se vale pelo repasse de informações feito pelo professor e memorização realizada por parte dos alunos, sem, contudo, contar com o envolvimento real dos mesmos com o conhecimento. Mostra a necessidade de o docente levar seu aluno a transpor o mundo da escola, e ter em mente que a educação, o aprendizado, não acontece apenas nos meios escolares. Assim, o professor deve entender que o conhecimento não é estático, está em permanente movimento e construção, e que por isso, é necessário o mesmo estar atento aos recursos tecnológicos que se apresentam na sociedade.
O filme explicita também, a questão do professor como ser enigmático para seus alunos, a questão do olhar do aluno para o professor, ou seja, os laços afetivos que se desenham ao longo do cotidiano escolar
Na saída repentina da professora Watson da Universidade de Wellesley, Betty aluna da referida professora termina a narração do filme nos levando novamente a outra reflexão: “... Nem todo errante é sem propósito, especialmente aquele que busca a verdade além da tradição, além da definição, além da imagem.”
domingo, 9 de agosto de 2009
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